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Exposição: cativar jovens para a "arte"

A história da engenharia portuguesa do século XX vai "desfilar" na Cordoaria Nacional. De Janeiro a Março de 2003, os organizadores da exposição Engenho e Obras: A engenharia em Portugal no sec. XX, esperam cativar muitos jovens para a "arte" desta profissão.

 

Num espaço de três mil metros quadrados as principais obras nacionais vão receber uma homenagem, um "elogio" público que os responsáveis pelo evento pretendiam mostrar em outras zonas do País, nomeadamente Porto e Coimbra. Pretensão que, todavia, está difícil de concretizar principalmente devido a questões financeiras.

 

A mostra - resultado do trabalho de mais de uma centena de pessoas entre engenheiros, historiadores e com o contributo do Instituto de História Contemporânea - terá uma zona introdutória, uma área de contexto (com nove partes) e outra temática (com 20 núcleos, onde será apresentado um vídeo de cinco minutos sobre cada um). Aqui vão estar referenciados alguns dos maiores criadores nacionais nesta arte - desde Duarte Pacheco a Edgar Cardoso, por exemplo - e as obras que lhe estão associadas.

 

Dirigida e coordenada por Manuel Heitor (Instituto Superior Técnico), José Brandão de Brito (Instituto Superior de Economia e Gestão) e Maria Fernanda Rollo (Instituto de História Contemporânea), a iniciativa inclui várias acções: seminários, edição de publicações e um portal na internet (http://in3.dem.ist.utl.pt/expoeng).

 

Além do plano da exibição, devem ser disponibilizados o catálogo da iniciativa, uma série de livros e/ou edições especiais de revistas e três livros: A Engenharia em Portugal no Século XX; Engenheiros em Portugal e Projectos e Realizações de Engenharia em Portugal no Século XX.

 

"O desafio a que nos propussemos foi o de contar a história da engenharia portuguesa no século XX, de uma forma que pudesse evidenciar as principais obras", lembra Manuel Heitor. Refere ainda o outro grande objectivo do evento: "Captar a população mais jovem, e os estudantes do ensino secundário em particular, para os grandes desafios da aplicação da ciência e da tecnologia no desenvolvimento social e económico através da realidade portuguesa."

 

Neste particular é determinante o apoio do Ministério da Educação que deverá proceder à divulgação da exposição pelas escolas e municípios de molde a potenciar visitas ao recinto. Quanto à possível deslocação dos conteúdos para outras cidades - no projecto inicial está prevista a ida ao Porto e a Coimbra - apesar de não estarem afastadas existem dificuldades. "Não há financiamento, existem manifestações de interesse de entidades públicas e privadas, mas não estão criadas condições, incluindo no que diz respeito aos espaços necessários", refere Manuel Heitor.

 

Após dois de Março, os conteúdos ficam disponíveis para uma eventual presença permanente no Museu Nacional da Ciência e da Técnica (em Coimbra), nascendo desta forma o Museu Nacional de Engenharia.

 

O orçamento previsto é de um milhão e setecentos mil euros, sendo a Somague o sponsor principal. Está equacionado o financiamento público por intermédio dos programas POSI e POCTI e existem acordos com outros grupos empresariais nacionais.

 

A produção e montagem do evento pertence ao Atelier Henrique Cayatte. A exposição com um Conselho Científico que reúne 35 personalidades de várias instituições e uma comissão de honra presidida pelo Presidente da República e que inclui, por exemplo, o Primeiro-Ministro e os ministros da Educação, Ciência e Tecnologia, Economia e Defesa.

 

http://dn.sapo.pt/noticia/mostra_noticia.asp?CodNoticia=56251&CodEdicao=509&CodAreaNoticia=2

Carlos Ferro
[in Diário de Noticias de 21.07.2002]