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Técnica e estética aliadas na Cordoaria Nacional

Associar a melhor estética à melhor técnica tem sido uma aspiração transversal tanto ao mundo da arte, quanto ao mundo da ciência. O exemplo acabado de como estas duas dimensões se podem encontrar de forma harmoniosa é a exposição Engenho e Obra _ Engenharia em Portugal no séc. XX, inaugurada ontem à noite por Jorge Sampaio na Cordoaria Nacional, em Lisboa. A exposição comissariada por Manuel Heitor do Instituto Superior Técnico (IST) mostra, nos 3000 metros quadrados de espaço útil da cordoaria, a evolução da engenharia portuguesa ao longo dos tempos.
O Presidente da República foi guiado através de diferentes núcleos temáticos, concebidos pelo atelier de design de Henrique Cayatte com o intuito de apresentar os conteúdos históricos e informativos nunca abdicando de uma estética arrojada. No final da visita, Jorge Sampaio referiu-se a esta experiência como sendo «um grande contributo para o reforço da nossa auto-estima», bem como uma forma de «percebermos qual o caminho que temos de seguir». E deixa um slogan: «Mais ciência e menos futilidade!».
Mostrar que o desenvolvimento da sociedade portuguesa passa necessariamente pelo alargamento da base científica e pela promoção da cultura tecnológica foi o principal objectivo do comissário Manuel Heitor, que acentua a necessidade de promover junto dos jovens «o gosto de aprender e a cultura de inovar». Assim se explica o forte apoio que os ministérios da Educação, Cultura e Obras Públicas deram a esta iniciativa. «O Ministério da Educação apoiou esta exposição no sentido de facilitar o acesso por parte das escolas. «Queremos uma maior sensibilização para os problemas da matemática e da ciência», disse ao DN o ministro da Educação, David Justino. Também Pedro Roseta, que tutela a pasta da cultura, fez questão de acentuar que a cultura é um conceito agregador que compreende áreas como a ciência ou a educação e sustenta que «o desenvolvimento científico e tecnológico está muito ligado ao nível cultural de uma sociedade».
Roseta defende ainda que «a cultura, para além suscitar uma emoção estética, dá também uma capacidade de compreensão e de reflexão sobre todo este conjunto de desenvolvimentos técnicos». A exposição, que estará aberta ao público até ao dia 2 de Março, apresenta ainda várias peças emprestadas por diversos museus nacionais.

http://www.dn.lusomundo.net/noticia/mostra_noticia.asp?CodNoticia=82234&CodEdicao=575&CodAreaNoticia=13

Michele Medeiros Costa
[in Diário de Noticias de 09.01.2003]