Um grupo de investigadores apresenta hoje, em Lisboa, uma exposição inovadora sobre a evolução da engenharia em Portugal. O projecto envolve contributos de economistas, historiadores, sociólogos, engenheiros e outros, abrangendo mais de 120 investigadores coordenados por uma comissão executiva. Participam várias entidades públicas e privadas, onde se incluem universidades, institutos, televisões, e empresas multimedia e de comunicação.
De 8 Janeiro a 2 de Março, num vasto espaço de 3000 metros quadrados, no edifício da Cordoaria (Lisboa), os visitantes poderão viajar pelo antigo complexo industrial da CUF (Barreiro), conhecer a linha de montagens da AutoEuropa ou gerir o nível das águas da barragem de Alqueva, tudo graças a um casamento feliz entre as tecnologias multimedia e o labor de uma vasta equipa multidisciplinar. Além disso, estará disponível um portólio fotográfico, assim como filmes, maquetes e sistemas de informação de suporte.
Na génese da iniciativa está a constatação de que «a história da tecnologia e do seu impacto na sociedade está pouco divulgada no nosso país». Por isso, diz Manuel Heitor, professor do Instituto Superior Técnico e um dos promotores, a exposição vai «mostrar o que se fez e não se fez em Portugal».
Mais do que apresentar apenas uma exposição sobre a engenharia portuguesa, os promotores querem lançar uma janela para a divulgação e compreensão da história da tecnologia. Por isso, estão também previstos o lançamento de duas obras (Engenho e Obra e Engenharia em Portugal no Século XX) e de um portal temático (www.engenharia.pt) onde os interessados poderão encontrar uma vasta base de dados sobre o tema.
A ideia foi lançada há quase três anos e assenta num investimento global de 1,9 milhões de euros. Segundo Manuel Heitor, a grande dificuldade encontrada para a sua materialização prendeu-se, precisamente, com a angariação de fundos. O principal financiador é o Estado (540 mil euros), através dos programas de apoio à inovação e à sociedade da informação (POCTI e POSI). Logo a seguir vem a Somague, com um patrocínio de 500 mil euros. Os restantes 900 mil euros foram atribuídos por mais de duas dezenas de patrocinadores.
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